CRIANÇA
A dor do teu olhar não é maior
Que a dor do meu olhar de criança
Perdida, esquecida, sem cor e sem comida.
Olhas mas não me vê entre os restos
De um pobre país perdido das Américas.
E quando chega a noite e os boinas
Azuis vão viver os seus azuis
Eu, sem casa, sem morada
Tenho somente o frio para aquecer
Meu coração que muito cedo
Descobriu o que é desesperança.
Mesmo assim, posso dividir
O que aprendi com você.
O dia amanhece...
E na minha solidão posso ouvir
Entre as nuvens do céu
A voz dos meus, que um dia
O tremor da terra levou.
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