Bem Vindo!

Ler é mais que decifrar códigos linguísticos...
É ver o que mais ninguém vê...
Ler é viver, é sonhar, é renascer
A cada amanhecer...
Ler é um encontro com a realidade dos sonhos
Descobrindo a cada segundo
Um mundo novo, escondido ao nosso redor...

sábado, 16 de dezembro de 2017

AQUELE ADEUS

Aquele Adeus

As vezes recordo aquele adeus...
Seu olhar...
A voz embargada e as mãos trêmulas
Ao dizer "estou conhecendo outra pessoa"
Nesse momento senti a lâmina gelada do punhal
Penetrar meu peito...
Mantive a promessa...
Não pedi nenhuma explicação
Mas era pouco para você a tristeza em meu olhar
Você precisava saber a profundidade da dor que sentia
E sem piedade terminou com a célebre frase
"Desejo que você tenha a quem amar"
Ter a quem amar?!
Não pude conter minhas lágrimas...
O chão desapareceu debaixo dos meus pés
O tempo parou e por alguns segundos
Fiquei sem ar...
Com seu cavalheirismo habitual
Me abraçou e pediu desculpas por esse sofrimento...
Sentir seu abraço pela última vez foi reconfortante
Apesar de tudo...
Apesar de nada...
A ironia de um momento que só existe
Em minha imaginação...
Porque aquele adeus...
Nunca passou de uma simples mensagem
Numa fria manhã de sábado no mês de dezembro...

Gheysa Moura

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

SE QUER SABER

Se quer saber...

A noite não se faz fria e solitaria apenas para você
Não pense ser fácil acostumar com sua ausência
Não seja egoísta pensando que a vida
Se mostra cruel apenas para você
Meu coração também sangra a cada pulsar
Porque só você me completa
Dias e noites são todos iguais na estação sem cor
Sem você tudo faz doer meu peito
Como um punhal cravado para eternidade
Nua, sinto seu afago nas madrugadas
Em que sua alma invade meu quarto
O sol tenta preencher os vazios
Entre risos e lembranças bobas que só
Existem em minha mente
Se quer saber...
Também sinto sua falta, também te amo
Quero viver com você apesar de tudo...
Apesar de nada
24h iguais a tantas horas...
Espero por alguém que eu sei
Que não virá...

Gheysa Moura

SÓ VOCÊ E EU

Só Você e Eu

Surgiu como um raio iluminando
A escuridão do quarto
Me tomou em seu abraço
Numa explosão de sentimentos
Entre dois mundos
Nossos corpos suados
Entrelaçados, num ritmo acelerado
Respirando no contratempo das horas
Sem saber exatamente se é sonho ou realidade
Me vejo presa na retina dos seus olhos
Sem perceber me perco em seu beijo
Naquela fração de segundos somos só você e eu
Batidas sincronizadas de nossos corações
São o único som do alvorecer no verão
E tudo que existe no ar
É o aroma do nosso melhor prazer...
Desfalecemos em nosso leito
Com a certeza de que um dia
Poderá ser para sempre
Ainda que o para sempre
Seja apenas uma utopia...

Gheysa Moura


domingo, 12 de novembro de 2017

MORRER OU VIVER

Morrer ou Viver

O que seria o morrer? O que seria o viver?
Não pode ser apenas um fechar dos olhos
O parar de respirar e sentir...
Um mistério... Certamente...
Sentada em um banco de praça,
Observo o movimento dos transeuntes...
Imagino quantos deles estão vivos
E quantos estão mortos...
Será que mesmo respirando eles
conseguem sentir o perfume das flores,
o cheiro do chão molhado pela chuva?
Será que ainda conseguem sentir
o sabor de um beijo doce?
Ah...
Quantas pessoas sorrindo não sentem
mais o afago caloroso do sol em sua face...
São corpos mortos que vagam
sem saber o que fazem
Apenas seguindo a determinação
capitalista do lucro
O relógio comanda suas relações sociais...
A morte já não os fazem estremecer,
porque faz parte do cotidiano da bárbara sociedade...
Respiro fundo, sinto a mistura de aromas
e a relva em minha face...
Ainda me sinto viva, ainda sou humana...
O mistério da morte em algum momento irei conhecer...
Mas por enquanto, vou tentar encontrar
outro humano que possa compartilhar
comigo a poesia do amanhecer...

Gheysa Moura

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

SORTILÉGIO

Sortilégio

Ao sentir o beijo do luar recordo
O dia em que seu olhar despia minh'alma
Através de versos distantes...
O sortilégio de um diálogo inebriante
Nosso melhor sexo...
Nosso suor se misturou ao ar
Sem que nossos corpos se tocassem...
Um desejo reconhecido e proibido...
Ah... a lembrança doce de suas mãos
Desvendando os mistérios de meus pensamentos
Quando nossas almas se entrelaçaram
Ao som de afoxes e atabaques...
O tempo passa e o universo trás seu cheiro...
É quando me percebo sorrindo para as estrelas...

Gheysa Moura

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

RECOMENZAR

Recomenzar

Al revelar lo que desconocemos
encuentro minh'alma presa
en los grilletes de la locura ...
Inerte locura de un tiempo perdido
entre rimas y sonrisas en los labios fríos
la certeza de un fin que jamás llega,
pero consume mi carne
en laberadas insanas de un "game "
sin recomenzar
donde sólo podemos seguir adelante ...

(Gheysa Moura)

sábado, 9 de setembro de 2017

ASSIM NOS É PERMITIDO

Assim nos é Permitido

Um dia as teias formadas por palavras
mágicas enfeitiçaram nossas penas
Entre fios e placas nos foi dito:
"Podem sentir, mas não podem se ver nem tocar"
O feitiço das rimas...
Mas não importa, pois espero cada anoitecer
Para sentir a suavidade de seu beijo em minha fronte
Nada mais acolhedor que o calor de seu abraço em minha chegada
Nossa respiração marca os compassos
Da entrega total na eternidade de um luar...
Até que o sol venha nos despertar...
A luz que entrepassa as folhas verdes das árvores ilumina sua face
Naquele velho banco da praça,
Onde seus sentimentos se misturam
Mas estou lá acalentando você sem perceber...
Estou no ar que respiras
Enquanto divagas sobre o feitiço de Áquila
No momento em que o amor nos é permitido...

Gheysa Moura

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

APENAS SENTIR

Apenas Sentir

As vezes eu acho que eu deveria ser mais doce...
As vezes eu penso que não lhe atribuo o carinho que merece...
As vezes me culpo por não falar o que sinto...
Sinto um enorme afeto que poderia traduzir em uma palavra
agora ou em mil anos, mas prefiro não nomear
Prefiro apenas sentir...
Sentir o universo se expandindo em seu olhar...
E o mar desaguando em mim...
Quem sabe um dia eu pronuncio a palavra correta
para definir o sentimento que tenho...
Queria muito falar, mas não consigo...
Não quero perder no espaço cinzento a paleta de cores
Que seu olhar me traz...

Gheysa Moura

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

LIVRE

Livre

Lentamente abri as portas de minh'alma
Deixei seu olhar descobrir meus segredos
Ciente das condições e desventuras que traria
Aceitei seguir o caminho sem estrada
Distâncias que nunca se findam
Mas nos mantém unidos através dos versos
As areias do tempo redesenharam a saída
Conhecemos o significado de cada pausa
Em nossas respirações em nosso leito
A incerteza de sonhos certos do qual não faço parte
Aprendi teus gestos, teus defeitos e teus problemas
Transformando as estações...
Aí então,  percebo o louco desejo de manter-te preso
Para que nunca me deixes sozinha no mar
Tudo se torna confuso, um terremoto em mim...
Como posso querer prender alguém?
Não posso ser dona de seu olhar?
Tua alma a mim não pertence?
Quanto egoísmo de minh'alma...
Neste caos sentimental não há ninguém
Ninguém que possa me abraçar...
E antes que te mate em mim
Lhe deixo livre...
Que seus olhos possam voar pelo mundo
Livre para descobrir a imensidão
Livre...
Eu estarei esperando para ver o retrato de suas
Conquistas e descobertas registradas em seu olhar
Através das imagens refletidas serei livre...

Gheysa Moura

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

CREPÚSCULO DA ALMA

Crepúsculo da Alma

Quando vem a madrugada, recordo aquele dia, naquela sala
Um instante insano em que seu mundo invadiu o meu
No céu noturno vi o tempo expandir os limites da racionalidade
Quando nos tocamos suavemente através do olhar...
Dias de resistência, horas de diálogos filosóficos em sua alcova
Febre, desejo, arrepios...
A plena entrega a libido sem nos movermos...
Ondas de prazer que misturava-se ao proibido
Convenções sociais acorrentando nosso olhar...
Como um tango argentino o sentimento sufocado...
Mas não se pode mudar o destino quando a vida escreve o enredo
Chamas que não se apagam!
As favas com as convenções sociais!
O coração acelera incontrolavelmente
Me perco em teu cheiro, as palavras se misturam no espaço
A pele vibra enlaçada em seu beijo 
Exalando o êxtase incontrolável do desejo 
Quando suas mãos desvendam meu corpo sem se importar com a forma
Sentindo o sabor agridoce que alimenta a alma até perdemos as forças
Desfalecemos na relva...
Enquanto observamos o crepúsculo que nos uni e separa...

Gheysa Moura

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

DANÇA DA NOITE

Dança da Noite

Delicadamente a brisa noturna desalinha meus cabelos
Enquanto danço as margens do rio
Um balé inebriante que traduz a loucura do teu cheiro
A sombra dos cristais limítrofes que nascem e morrem em mim
Ferida de morte vivendo na chama da vela noturna
Que prende teus sonhos na coreografia do desejo
Iluminando a escuridão poética do espaço
É preciso esquecer de pensar no alvorecer
Apenas para que a melodia das horas 
Testemunhem nosso sexo nesta dança insana
Renunciando o medo para experimentar o medo
Antes que a noite termine.

Gheysa Moura

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

A CHUVA

A CHUVA

Ao som da chuva entrego-me
A lembrança de suas mãos
Desvendando feias curvas
Que teus olhos fazem belas
Sinto o gozo do anoitecer
Sem me importar se o sol
Já se fez aparecer
A chuva me faz tocar meu corpo...
Sinto o aroma do desejo
Que exala de nossos corpos nus
Esquecendo as formas pudicas
Sem me importa com o que irá dizer,
Pois em seus braços não sou Julieta
E nem sou Gabriela
Sou apenas mulher...

Gheysa Moura

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

FLUTUAR

Flutuar

Não há despedida em nosso sonhar
Quando me tomas em seu abraço
Sussurrando verdades insanas em meu ouvido
Enquanto contemplo o céu estrelado

O aroma de nossos corpos suados
É eternizado no leito de flores e fogo
Nem santos, nem elfos
Apenas mortais

Flutuando pelas terras de Murpheus
Durante as madrugadas
Ouço a música do gozo de nossa libido
Já não importa a hora desde que
Contemple o amanhecer ao meu lado

E a madrugada é apenas um detalhe...

Gheysa Moura

quarta-feira, 26 de julho de 2017

MAR NEURAL

Mar Neural

Se o mundo é feito de incertezas
Talvez compreenda a angústia
Que pode haver nas palavras
Perdidas no mar neural.
Possivelmente alguém vai respirar
E morrer poesia enquanto navega 
Neste tsuname de sensações...
Se um dia achar que devo
Talvez me permita tocar
Nas palavras transcritas no papel toalha
Que agora, e somente agora,
Esperam as lágrimas vivas dos olhos meus
Neste silêncio poente da imensidão.

Gheysa Moura

domingo, 23 de julho de 2017

FEIXE DE LUZ

Feixe de Luz

Em meio a escuridão da madrugada
Senti o calor de tuas mãos a me tocar...
Ah! Respiro fundo...
Se soubesses o que a dor fez em meu viver...
Já não sei por onde andam as palavras...
Mas se podes, ajuda-me a caminhar novamente!
Trás de volta os versos e as rimas...
Quem sabe tua poesia possa curar as feridas 
Abertas pela morte em meu peito
Só não me deixa sozinha na escuridão
Não agora que me trouxe esse feixe de luz
Eu preciso de um cúmplice para guiar meus passos
Para longe deste vale de solidão...

Gheysa Moura