Não Pode ser Adeus
Sentindo o vento desalinhar meus cabelos
Observo a despedida do amor fraternal
Ao longe a cumplicidade da lágrima
Gritava a dor pungente de quem fica...
Interrompe-se o caminhar...
A solidão se materializa em seu olhar
Enquanto o vento desalinha a esperança
Ironicamente o mesmo vento que traz a certeza da eternidade.
Será que um dia o barco retornará?
O adeus precisa trazer o sorriso de outrora, mas se isso parecer impossível...
Estarei aqui, as margens do rio a espera do infinito.
A calmaria do mar ou as tormentas?
Ainda não sei qual delas que faz nascer as belas poesias de outrora...
Falta rimas, liras, paixões...
Me fiz mar para minh'alma reencontrar.
Onde estão os poetas do mar?
Sejamos o maremoto a destruir a tristeza
Trazendo a imponência das palavras
Para acordar o Poseidon e inundar o universo com a loucura dos versos...
Sorriso que outrora esquecido...
Eu que jurei não mais sonhar, fui surpreendida por seu acalanto
Desfrutando da minha dor fazendo o girassol nascer em seu olhar
Sem medo de errar abri os olhos a espera do tempo que virá
O menestrel me levou por ondas imprevistas...
Em meu lenimento encontrei acalanto no coração do solitário velejador...
Quem sabe a próxima maré nos traga de volta a inspiração do primeiro amor...
Ah...
As margens da praia espero calmamente o dia em que Morpheus irá voltar...
Gheysa Moura
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