Bem Vindo!

Ler é mais que decifrar códigos linguísticos...
É ver o que mais ninguém vê...
Ler é viver, é sonhar, é renascer
A cada amanhecer...
Ler é um encontro com a realidade dos sonhos
Descobrindo a cada segundo
Um mundo novo, escondido ao nosso redor...

quarta-feira, 19 de março de 2014

Lembranças

LEMBRANÇAS

A branda chuva matutina da Amazônia
Anunciou o tempo do recomeço
Deixei alguns pesos para trás
Outros não poderei deixar jamais
Metade de mim odeia o tempo
Metade de mim ama o tempo
Esperei o abraço e o sorriso do olhar
Seguro da sabedoria que um dia
Me permitiu viver a alegrias inestimáveis
O tempo parou no momento do reencontro
Naquele instante me senti menina-mulher
Senti o aroma da felicidade...
Algo que dizia: "não precisa ficar longe"
Ao mesmo tempo em que dizia: "é hora de partir"
Um sentimento que transcende o espaço e o tempo
Das lembranças...
E mesmo que pare de respirar
O olhar da sabedoria estará tatuado em meu olhar.

Gheysa Moura

quinta-feira, 6 de março de 2014

Eu Mulher

EU MULHER

Rompendo os paradigmas e convenções sociais
Para tornar-se mulher dona de seu corpo e de suas vontades
Eu mulher de luta, de esperança, de certezas
Eu mulher de incertezas e poesias...
Que apesar de tudo, apesar de nada
Passa os dias na batalha
Trabalhando e acreditando no amanhã 
É a imagem feminina que se transmuta nas
Interpretações de Modigliani, Picasso ou Michelangelo
Um auto-retrato me parece ter mais interrogações
Que as interrogações existentes sobre a vida após a morte
Uma abstração...
O surrealismo físico do prazer mental
Descrita no idealismo imaginário do poeta
Nem grande, nem pequena
A harmonia perfeita entre as feias linhas do meu corpo
Que o travador acredita bela...
Eu mulher imperfeita na perfeição desenhada em palavras
Despida de pudores...
Revestida de valores...

Gheysa Moura

sábado, 1 de março de 2014

NÃO PODE SER ADEUS

Não Pode ser Adeus


Sentindo o vento desalinhar meus cabelos

Observo a despedida do amor fraternal
Ao longe a cumplicidade da lágrima
Gritava a dor pungente de quem fica...
Interrompe-se o caminhar...
A solidão se materializa em seu olhar
Enquanto o vento desalinha a esperança
Ironicamente o mesmo vento que traz a certeza da eternidade.
Será que um dia o barco retornará?
O adeus precisa trazer o sorriso de outrora, mas se isso parecer impossível...
Estarei aqui, as margens do rio a espera do infinito.


A calmaria do mar ou as tormentas?

Ainda não sei qual delas que faz nascer as belas poesias de outrora...
Falta rimas, liras, paixões...
Me fiz mar para minh'alma reencontrar.
Onde estão os poetas do mar?


Sejamos o maremoto a destruir a tristeza

Trazendo a imponência das palavras
Para acordar o Poseidon e inundar o universo com a loucura dos versos...


Sorriso que outrora esquecido...

Eu que jurei não mais sonhar, fui surpreendida por seu acalanto
Desfrutando da minha dor fazendo o girassol nascer em seu olhar
Sem medo de errar abri os olhos a espera do tempo que virá


O menestrel me levou por ondas imprevistas...

Em meu lenimento encontrei acalanto no coração do solitário velejador...

Quem sabe a próxima maré nos traga de volta a inspiração do primeiro amor...
Ah...
As margens da praia espero calmamente o dia em que Morpheus irá voltar...

Gheysa Moura