Olhar sereno e profundo; se nele cresse...
Brilhando qual tênue sombra graciosa
Tal lua se mostra entre nuvens, formosa
Bastaria que o menor de teus sonhos acendesse
Qual seta certeira de aljava suprida
De tez serena; ilude confunde tão garrida
Que entrega a alma e sorri contente
Com lábios tremulos ousei chamar-te: querida!
No entanto só com o frio do olhar me respondia
Olhar que fere sem culpa; mata e deixa a vida
Desse amor mórbido que me tomava sedento
Vinha de alma traspassada, derradeiro gemido
Condenada no inferno a viver esse tormento.
(J. Sollo)
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